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Mostrando postagens de fevereiro, 2010

Amadurecer sem endurecer

    Gostaria de crer que o amor é simples. Que as marcas, não nos deixam mágoas. Que as perdas, acrescentam anos. Que depois de se perder, seja lá o que ou quem se ame, nossos sentimentos acomodados pela dor, amadurecessem.      Gostaria de crer que depois de longos lutos, estaríamos prontos para fugir das armadilhas que nossos corações não veem. Não nos tornaríamos frios, mas, mais aptos a desvendar os caminhos das ilusões que nos traduzem somente dores.     Gostaria de crer no mundo, no humano, na sensibilidade das pessoas. Que ninguém fosse capaz de verbalizar engodos que ferem. Nem usassem de palavras que deveriam ser manifestadas para despertar o amor.      Gostaria de crer... Como dói perder toda essa confiança que antes me atirava à vida com um pássaro em voo pleno, jogando-se ao mundo, envolto aos estímulos e sensações que percebe lhe bastarem para recomeçar.      Gostaria mesmo de crer, que com a idade, o que chamam de discernimento e sabedoria, fosse parte de uma

LAMENTO

Lamento dizer que sobrevivo Que ao contrário do que parecia ser óbvio Ainda me encontro firme Que ao avesso das circunstâncias Estou viva! Não há barreiras intransponíveis Só nos cabe encontrar o caminho Lamento dizer que hoje me conheço Já não tenho medo Nesses obstáculos, fiz o meu possível. Dei o melhor de mim Não nos compete ver que deseja a lida Só me vale ser o que exige a vida! Wanderlúcia Welerson Sott Meyer Publicado no Recanto das Letras em 25/02/2010 Código do texto: T2106550

Ilusão

Erguem diante dos olhos, os tortos sonhos. Nada que possa ou deva ser constatado Há uma realidade refletida para poucos Ofuscaria a visão de quem imagina-se sensato. Wanderlúcia Welerson Sott Meyer Publicado no Recanto das Letras em 25/02/2010 Código do texto: T2106522

MORRER EM VIDA

Se pudéssemos direcionar sentimentos. Negá-los Esquecê-los, simplesmente... Se pudéssemos impedir os delírios Aniquilar anseios Inviabilizar o amor Se pudéssemos racionalizar desejos Cercados de certezas Verdades absolutas Se pudéssemos... Morreríamos em vida! Wanderlúcia Welerson Sott Meyer Publicado no Recanto das Letras em 24/02/2010 Código do texto: T2105998

FOTOGRAFIA

FOTOGRAFIA  Ali está alguém que sorrindo Não expressa o que sente Eternidades de momentos Jamais vividos! Wanderlúcia Welerson Sott Meyer Publicado no Recanto das Letras em 24/02/2010 Código do texto: T2106011

Canto da terra

Venho da terra Semente que germina Vive Rompe-se Desfragmenta-se. Sofre na pele Efeitos nem sempre “naturais” Interrompe-se Frutifica-se Irrompendo sabiamente A rigidez do solo Ergue-se em direção a Luz A mercê dos ventos Tempestades Tormentas Insatisfações e buscas. Wanderlúcia Welerson Sott Meyer Publicado no Recanto das Letras em 24/02/2010 Código do texto: T2105990

O AMOR

O Amor, sentimento absolutamente necessário, movimenta , de maneira sábia todas as vertentes e caminhos da vida. Se encontra em tudo, mesmo nos sentimentos mais confusos. Sua abstração, quase sempre nos leva a confundi-lo com o desejo, a paixão. Se intenso, descontrola-se, adoece, podendo se transformar em ódio. O ódio é o amor doente, descontrolado, transtornado. Para viver um grande Amor , faz-se necessário o equilíbrio, a com"paixão, a misericórdia. Para viver um grande Amor, é preciso humildade(humus), ter os pés no chão, na terra. Quem se diz acima, não Ama o outro, somente a si mesmo. Quem se diz abaixo, perde a autoestima e, portanto, o Amor. "A humildade te põe grande diante da grandeza de Deus" E, portanto, grande diante do Amor!! A lição já aprendemos há milênios... É preciso aprender DE COR...DE CORAÇÃO!! Wanderlúcia Welerson Sott Meyer Publicado no Recanto das Letras em 08/11/2007 Código do texto: T728187

Amor e perda

“O que dói não é perder o ser amado, mas continuar a amá-lo mais do que nunca, mesmo irremediavelmente perdido.” J.D.Nasio                  Tão certo quanto amar, é ter tanta certeza de ser amado e deixar  ao acaso quem se ama. Não creio que o amor acabe, mas, sei que quando não há cultivo, trato e zelo... O Ser amado esvazia-se. Esse vazio é porta aberta à vinda de novos amores.                  Não há julgamento, apenas quem o deixa permite que o amor seja expandido... Doado a outro alguém. Wanderlúcia Welerson Sott Meyer Publicado no Recanto das Letras em 19/02/2010 Código do texto: T2095549

DESEJO

Corre na veia o desejo De que meu sangue No seu se perca Fusão de compassos cardíacos Tardio ou não. Confuso ou obtuso. Excluso. Corre no corpo o instante  Tornando-se eterno e findo Tão distante e errante  Quanto mudo. Literalmente sozinho. Sem ninho... Na espera que o caminho Mesmo que existam espinhos Torne-se seguro ao lado seu.     Wanderlúcia Welerson Sott Meyer Publicado no Recanto das Letras em 19/02/2010 Código do texto: T2095595

NECESSIDADE DE INCOMPREENSÃO DA ALMA

Posso ver e ouvir o mar Mas, tocando-o Esfria-me a alma. Há uma impossibilidade Intraduzível Impenetrável Dificílimo descrevê-lo. Como nós... Ouvimos Observamos Tocamos  Desejo de descoberta. Não há o que traduzir A alma humana  Mistério insondável Indescritível! Se a alguém fosse dado O direito de desvendá-la O encanto se perderia Submerso na fantasia Desconforto necessário De não saber!   Wanderlúcia Welerson Sott Meyer Publicado no Recanto das Letras em 19/02/2010 Código do texto: T2095636

PENSAMENTOS

A lembrança é sempre sinal que algo de muito bom nos marcou. A nostalgia, quando dolorosa, traduz sim a perda de momentos que deveriam ser vividos com maior intensidade. A questão é: enquanto presos ao que deveria ter sido, deixamos de viver o momento presente e, provavelmente, também estaremos lamentando futuramente. Mesmo que o tempo passe e a aparência já não nos encha os olhos, a sabedoria adquirida no caminho, nos preencherá o espírito.   Wanderlúcia Welerson Sott Meyer Publicado no Recanto das Letras em 20/02/2010 Código do texto: T2096986

PENSAMENTOS

Para uma tristeza Que de tão funda Instaura-se pela impossibilidade De ser quem se é... Estar com quem deseja... Desejar, Sem saber o quanto. Quantificar, Consumindo-se Em pensamentos vagos, Que difusos Confusos Esquecidos... Vêm à tona como lavas De um vulcão adormecido. Wanderlúcia Welerson Sott Meyer Publicado no Recanto das Letras em 20/02/2010 Código do texto: T2098389

DEIXE-ME

Não faça promessas, Nem preencha vazios Com palavras que não se cumprirão. Preciso viver a solidão Que meu coração Anda perdido... Pedindo... Tão minha... Por não querer viver Nem uma só decepção. Aprendi a temer essa forma de amar. Deveria ter escutado a razão Não permitindo sua presença Em minha vida. O que posso lhe dar Se esperanças perdi? Não me faça sonhar de novo. Quero na quietude dos pensamentos Que hoje me rodeiam Bastar-me no amor que ainda vive Não há verdades nas palavras. O amor, Aquele que desejei, De tão simples, Não será possível Não perderás a vida Com a minha ausência Deixarás de viver. Não haverá encontro, Nem espera... Só lembrança... O que poderia ter sido? Wanderlúcia Welerson Sott Meyer Publicado no Recanto das Letras em 20/02/2010 Código do texto: T2098417

O QUE ME CABE...NÃO ACABE...

Cabe o silêncio do mundo Nos pedaços perdidos pelo caminho Cabe o instante preciso Em cada fato de amor esquecido Cabe o lamento à crença Desviadas por promessas inúteis. Cabe no meio de tudo O nada... Antes inteiro. Cabe em cada segundo Fala Toque Olhar Dizendo o necessário Profundo Sem ser insólito Imundo... Cabe ou caberia Se disso, Houvesse algum sentido. Wanderlúcia Welerson Sott Meyer Publicado no Recanto das Letras em 20/02/2010 Código do texto: T2098450

CORAÇÃO DESERTO

Há no coração um deserto Nem uma só árvore Nem uma só folha balança Não há brisa, nem vento. A água morna não sacia. A farta comida lhe faz mal. O silêncio... Tão desejado, incomoda. O excesso supriu a falta Tornando-se indesejado. Há um deserto onde só existia vida! Ninguém sabe quem permitiu Que o Nada entrasse. Instalou-se! Agora restam longos caminhos de areia Até que se chegue ao oásis Sombra e água Regenerando Permitindo que a vida floresça E coração, antes deserto, Floresça! Wanderlúcia Welerson Sott Meyer Publicado no Recanto das Letras em 23/02/2010 Código do texto: T2103337

SUFICIENTEMENTE PRÓXIMO PARA SER TOCADO

Nada, Além do vazio Uma imagem desejada, De uma vida recriada, De vontades reprimidas. Nada, Além do anseio de seguir a ermo, Sem destino... Hora certa De chegada De partida... Nada, Além da incerteza Confundida à angústia Nada, Que não seja humano Que não se misture A tudo que aflige O incompreensível Ser. Nada, Que seja normal Por se querer insana Perplexa Conflitos que perturbam Nada, Que esteja certo, Que se instaure, Congele Petrifique. Nada Senão contradições Deslizes que mais confundem Do que esclarecem. Nada, Que não se queira Suficientemente próximo Para ser tocado Wanderlúcia Welerson Sott Meyer Publicado no Recanto das Letras em 23/02/2010 Código do texto: T2103923

AMANHECER DA ALMA

AMANHECER DA ALMA                  Gosto de acordar com os pássaros, ouvir o borbulhar da água que ferve. O aroma do café que aprendi a apreciar desde menina. Olhar o céu que, hoje, se faz tão azul e límpido como a áurea de uma criança ao nascer. De postar-me, mentalmente de joelhos e, admirar humildemente o Universo, rogando ao Senhor da Vida, companheiro certo de todo sempre... Que se meu corpo pesar por ainda possuir sentimentos inferiores e encontrar-se em estágio evolutivo, a ponto de me sentir cansada, que eu possa repousar em seus braços Divinos. Que se meus pés não souberem mais a direção a seguir, que Ele os conduza. Se minhas mãos estiverem soltas e sem nenhum amparo, que Ele as segure firmemente e me faça caminhar servindo, semeando Amor. Wanderlúcia Welerson Sott Meyer Publicado no Recanto das Letras em 24/02/2010 Código do texto: T2104640

Deixarás de existir!

Tens medo de amar Não se permite viver Não se encoraja a sonhar Não satisfaz seus desejos Deixa-se dominar pelo medo de errar. Não se permite querer? Passarás pela vida sem grandes emoções Perdendo-se em restrições e regras. Quem será mesmo que as criou? Deixarás de existir! Wanderlúcia Welerson Sott Meyer Publicado no Recanto das Letras em 11/02/2010 Código do texto: T2081074

Aos poetas...

Aos poetas... “ Haller é uma animal que vagava por um mundo que para ele era estranho e incompreensível, um animal que não conseguia mais achar a sua casa, sua paixão e o seu alimento (...). Aqueles que não têm um lobo dentro de si, não são por essa razão mais felizes.” Hermann Hesser (O lobo da estepe). Poetas são Hallers. Estranham o mundo e as sensações incompreensíveis que lhes são oferecidas. Um estranhamento incômodo, que por vezes, causa-lhes dores internas. O simples, que de banal, torna-se complexo. Ou o complexo, que de inatingível, transmuta-se em desejo. Não conseguem reconhecer sua casa, um interior farto de dúvidas, desconhecido, apesar de explorado, que quase sempre os coloca diante de situações indesejadas, imprecisas e incompreensíveis. Vivenciam inúmeras paixões que os conduzem a situações inusitadas, diferentes das verdades e certezas estreitas dos homens. Vagam, ainda que presos às convenções, entre pensamentos e inquietudes descabidas e secretas, q

Solidão necessária

           Era manhã, acordara tão cedo como começara a viver. O silêncio era o mesmo que existia há muito dentro de si, perdera muitas oportunidades de se livrar e, agora, tão habituada à solidão, não mais conseguia romper o casulo. Aprendera a ouvir os apelos dos pássaros que, pela manhã, agradeciam e reverenciavam um novo dia.          Novo, porque não encontrava motivos para que se repetissem. Só se deseja o retorno do que se sente saudade e, para senti-la, é preciso que os momentos tenham deixado marcas significativas de contentamento. Novo, porque há muito se permitia desfazer dos nós deixados por relações onde as trocas pareciam não existir. Novo, sim! Finalmente e absolutamente novo, porque não mais se contentaria com a mesma paisagem, as mesmas tramas, os corriqueiros receios, o cuidar infinito sem retorno. Havia no silêncio todas as respostas. Algumas que, latentes, ardiam como verdades que não podem ser ditas. Outras que se encontravam em implosão, causando desconfo