Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de 2011

Vir a Ser...

Entre o ruidoso barulho da tempestade que destrói abrigos, derruba árvores, adiando sonhos, convertendo estabilidades, há uma rosa... erguida, apesar da força dos ventos. A tempestade passará, transmitirá uma sensação de impotência, uma visão distorcida de uma realidade imutável.  Contudo, o esplendor da rosa permanecerá pelo tempo necessário, ensinando que, apesar das adversidades, a vida, luz própria oferecida gratuitamente, só se apaga se permitimos. Desordens desencobrem a aparente estagnação e impõe mudanças necessárias. Wanderlúcia Welerson Sott Meyer

Sintomas de saudades

Olhar aleatório Pensamento disperso Sentimentos sem nexo Vontade contida Lágrimas sentidas Imagens distorcidas Emoção reprimida Dores instauradas Lembranças veladas Razão induzida Cicatrizes irrompidas

Amor em mim

Vive dentro de mim uma mulher que sonha. Não se importa com os “nãos” ditos e omissos, Não se incomoda com portas que não se abrem Atira-se de penhascos na certeza de que será amparada pelos ventos. Vive dentro de mim uma mulher mãe... Em silêncio ela observa seus filhos, Mais tarde, serão filhos do mundo, Orgulhosamente crescem física e interiormente. Pequenos sábios que ensinam a  viver.  Vive dentro de mim uma mulher que se entregou a lida, Acumulou tarefas, Subverteu seus desejos E que pensou ter se perdido. Vive dentro de mim uma mulher menina Recusa a acreditar nas impossibilidades Hora encara a vida com a seriedade que o momento lhe pede, Hora sonha perdidamente Entre segredos e desejos somente seus. Wanderlúcia Welerson Sott Meyer

Natureza

2012 - Esperança

Aqui me encontro buscando formular metas para mais um ano de vida. Não precisam ser grandes e ambiciosas, nem extremamente idealistas e utópicas, numerosas e desmedidas, mas, devem ser minhas. No esforço de investir em sonhos, desejos e prioridades, estabeleço no papel anseios e aspirações de vida plena. Não me disponho a pensar no que deixei de fazer, se cumpri tudo o que me propus, quanta energia investi, basta constatar que nada foi em vão e, se nem todas as metas do ano que passou (e ainda passa, porque ainda faltam dias de vida para o término) foram realizadas, não fiquei estacionada esperando da vida milagres sem nada fazer. Dentro das possibilidades oferecidas reformulei conceitos, redirecionei caminhos, fiz opções e, mesmo que tenha cometido equívocos os incorporei às experiências que edificam. Chorei muito, mudanças possibilitaram-me reflexões e recomeço. Imaginamo-nos senhores do destino e, em momentos inesperados nos deparamos com situações imprevisíveis, destinadas ao ex

Naturalmente

As flores do jardim renovam a esperança Rosa rubra que, apesar das tempestades Estabelece-se, esperando a generosidade do olhar Palmas que germinam, em breve, flores Pássaros que desfrutam dos galhos, ramos e sementes. Melodias imperceptíveis à insensibilidade Ainda é primavera... O coração espera nova era Esperança vertida em lágrimas Umedecendo e fertilizando o caminho Desmistificando sentimentos Desvendando mistérios interiores Espera... Há vida a quem se supera Segue fecunda... A natureza aguarda o despertar dos olhos Ofertando sons, melodia, flores Sem pedir em troca graças e favores.

Silêncio

É no silêncio que me encontro quando penso ter dito quase tudo Não há uma só palavra que possa traduzir o vácuo Nutrindo ilusões que não mais existem Ser incompleto, veemente busca de si mesmo Expressão e confissão disfarçadas em sorrisos Conciso sumário de denso conteúdo interno Parvo pensamento sem lamento De onde germina tanto sentimento?

Refletindo a vida...

Um dia terei que partir, é natural... Todos irão. As perdas são sempre dolorosas, como se estivessem levando também pedaços de história, partes nossas. A morte não me causa espanto ou medo, mas, reflexões profundas sobre a vida. Do que deveríamos dizer, dos abraços que deixamos de distribuir, dos momentos que legamos ao descaso, do que poderia ter sido, do que jamais será... Encontro-me em profunda melancolia, não é desânimo, nem depressão instaurada, reflito e reflexiono a vida em um momento onde repenso a necessidade de me doar mais ao mundo, aos sonhos, aos desejos... Acasos não existem, mas, descasos são constantes. Vivemos parcialmente o que precisaríamos valorizar integralmente, permitimos que pessoas e ocasiões se percam sem lhes oferecermos a devida importância e, quando a vida nos responde com perdas, desorganizamos os sentimentos que pensávamos refletir estabilidade, permitindo-nos a queixa infundada. Toda queixa é infundada, sem razão. Na verdade somos responsáveis pelas c

Sou mineira

Mineira, é o que sou! Dessas de família tradicional, famílias que parecem não ter fim! Que ensinam valores, que imprimem marcas definitivas em nossas personalidades, que nos valem anos de terapia por nos ensinarem a ser tronco, esteio, braúna. Mineira é o que sou! E sinto falta do abraço fraterno, do sorriso muita das vezes desdentado, das casas simples, construção sem viga. De ser recebida como visita, tomar café com rapadura, comer broa de fubá com erva doce e queijo... Claro, queijo mineiro (verde ou curado, o que importa é que seja de Minas). Sou das Minas Gerais! Terra de montanhas, interior, roça, sítio, fazenda. Do café (que quando vem à florada, parece neve brotando no cafezal), terra de gente que fala diferente, mas, que diz o que pensa. Terra de braços abertos, coração quente, esperteza ingênua de um povo que acredita no futuro. Terra simples e gigante, onde a naturalidade prevalece, cresce e invade com discrição e vontade. De gente que não espera... Cria, transforma e a

Saudades

Tons, sons, odores e lembranças A saudade instaura-se como recordação Passados não passam quando o que se tem é alegria Impossível revivê-los, Senti-los, inevitável... Onde os pequenos sonhos? Ingênuos anseios Crédulos desejos Passos, ilusoriamente, livres Abraços que foram absorvidos pela existência Sorrisos francos e ternos Momentos lúcidos e luminosos Pessoas que não mais verei Diálogos amigos Acolhimento da escuta atenta, desinteressada Presença certa Aceitação franca e generosa Ecoando sentimentos definitivos e eternos Saudade... Da simplicidade de vida Distante, perdida Que hora é necessidade preeminente Condição de vida! Saudade... Que se encontra agora no presente Como fórmula do que se almeja Simples, francos, ternos, eternos momentos Onde o que prevalece é o sentimento Ágape amor que importa Lucidez de quem crê Que vale mais o Ser! Wanderlúcia Welerson Sott Meyer

Contradição poética

É o frio na pele, geada na alma. Nada que perturbe, pede calma... Tempo de continuar rompendo entranhas Percepções estranhas Obra inacabada de si Rastros do que permitiu partir Flores nas janelas Pássaros entre elas Montanhas lembrando-me obstáculos Céu abrindo-se em espetáculo Dor incômoda e sutil Vontade ardente e fértil Segmentos de reta inacabada Erros na estrada Obra em construção Momento de adoração. Poesia em plena contradição. Wanderlúcia Welerson Sott Meyer em 16/11/2011 Código do texto: T3338750

Auxílio significativo

Para refletir... Temos que saber distinguir, separar o joio do trigo. Uma atitude sábia diante da vida, que nos conduz a uma percepção interna mais coerente com nossos desejos. Assinalar o que nos pertence, separar o que conduzimos e verbalizamos, mas, que não faz parte de nossa essência. O querem de nós e o que realmente nos cabe como possibilidade e caminho. As intenções e opiniões só nos servem à reflexão. E quem quer que seja, por mais bem intencionado, não pode pretender ter respostas para situações que não lhes dizem respeito. Não há como viver ou entender uma experiência se ela não nos compete. Há momentos em que apenas o colo, o carinho, a amizade sincera e o ouvir são os únicos indispensáveis ao coração que sofre. Quando julgamos, afastamos. Quando inferimos, nos tornamos co-responsáveis, sem sermos, de situações que só podem ser solucionadas e resolvidas pelo outro. Não é omissão, mas, uma postura ética diante da vida que transforma nossas i

Vida

Encontra-se tomada pelo tempo que lhe dispensa vida Contradições visíveis que despertam medo Enganos e engodos, beco sem saída Arremedo de dores acumuladas Versões, resquícios e resíduos Sobras do que um dia fora Moldada, burilada e lapidada Brilho! Encantos de encontros inesquecíveis Pessoas falíveis Almas sensíveis Violadas e escassas Aprende-se! Wanderlúcia Welerson Sott Meyer

Mesmo que doa...

Mesmo que doa não vou permitir que se instaure como chaga, há algo de belo nas lutas que travamos, nos situações adversas as quais nos defrontamos, na instabilidade que nos assalta a alma. Mesmo que doa, continuarei sorrindo, distribuindo a energia que auxilia, revigora e da alento aos corações que sofrem, há algo de insano quando nos permitimos conduzir às lamentações, ao desânimo, ao medo. Mesmo que incerto e, de incertezas se constrói a trajetória, acreditarei no que a razão desconhece, aliviarei a alma dolente com perspectivas, esperanças e expectativas improváveis. Mesmo que cansada, narcotizada pela morosidade do tempo... ainda assim continuarei buscando, esquadrinhando verdades, perdendo-me em sentimentos que por hora desconheço. Wanderlúcia Welerson Sott Meyer em 11/11/2011 Código do texto: T3329604

Esperança

De todos os caminhos, escolho a vida! Opção de quem já compreendeu a importância de valorizar o simples fato de existir. Do passado, sirvo-me do aprendizado. Do futuro aguardo as flores e os frutos que cultivar no momento que se segue. Em vão nada será... Nem as dores, nem as lágrimas, nem as possibilidades aparentemente perdidas. Transformando-me através de um amor que ainda desconheço. Provocando mudanças de posturas e tendências. Reavaliando decisões e sentimentos. Empreendendo minha essência por caminhos inimagináveis. Ofuscada pelo feixe de luz que me orienta e guia Confio... Esperança vinculada à fé que jamais esmorecerá. Permitindo-me a certeza de que dias melhores virão.

Tempo

O tempo passa rápido demais para que adiemos indefinidamente escolhas, sublimando desejos que no mínimo nos fariam bem. Guarde tesouros materiais em recintos fechados com receio de perdê-los e, depois de um tempo, quando resolveres remover as paredes que os encobrem, encontrarás a destruição e decomposição provocada pela ação do tempo. Aniquilamento natural que se  inflige a tudo que ocultamos da luz do Sol, dos olhares de admiração, do ar que quando parado e preso, asfixia. Utilize sempre o que há de melhor em ti! Ofereça à vida o que resplandece e glorifica! Serve sem muito esperar, o retorno sutilmente nos chega quando menos esperamos. Respostas imperceptíveis à nossa ansiedade, contudo, certeiras para aquele que se disponha a servir a vida. Wanderlúcia Welerson Sott Meyer

E por falar em saudade...

Pode ser que o vento mude e o sussurrar das palavras proferidas há tempos atrás, retornem como reminiscências e ecoem produzindo no corpo certa sensação já experimentada de prazer. Quando pouco se diz, pouco se vive... Muito se aspira que o reencontro esclareça as dúvidas intercaladas pelas reticências, pelo silêncio. Busca-se em outras histórias a incompletude, atitude desgovernada de reviver histórias inacabadas. Ainda na lembrança o olhar, ocultando sentimentos, palavras e atitudes que nunca aconteceram. Desperdício de vida! Desprezo de Amor, desamparo de sentimentos que nunca tomaram forma. Dúvida permanente que vez ou outra retorna e, nos olhos que anteriormente reluziam, vertem lágrimas segregadas pela saudade, incompreendidas e anônimas a todos que o passado desconhecem. Wanderlúcia Welerson Sott Meyer

O que ninguém vê

Minha alma anda precisando de calma Inquieta por incertezas Incomodada pela morosidade do tempo Inconformada pela dubiedade das palavras Minha alma anda precisando de música Essa que agora ouço Transportando-me para as notas Que soam com o êxtase sentindo Na inserção no paraíso Minha alma anda precisando de amparo Uma só palavra Toda diferença faria Contudo, inevitavelmente O tempo discorre lento Das certezas germinam dúvidas Das palavras só resta o vácuo Do amparo transbordam lágrimas Solidão velada Minha alma entrega-se a silêncio Som que inspira Insinua possibilidades distantes Sinfonia que soa como se vida fosse Se me faltasse significado Inseriria em cada nota a esperança Serenamente rogando calma As dores que me assaltam a alma.

Relacionamento

Cansados de dizer o óbvio, nos tornamos repetitivos, as palavras começam a ecoar somente em nossos próprios ouvidos e, fica enfadonho aquilo que um dia era amor. Não é que se queira muito, normalmente, o que se deseja é o básico, o mínimo. Mas, quando há ausência de diálogo, quando um não é capaz de atenuar ou atender prioridades comuns, a distância vai aumentando de tal forma que se torna barreira intransponível, Não é que se desista instantaneamente, é processo de rompimento longo, envolvendo tentativas inúmeras de reconciliação. Ouvir e ponderar o que o outro deseja, talvez seja nossa maior dificuldade. Nem cogito que o outro sempre tenha razão, pode ser até mesmo que não, mas, que indivíduo não gosta de ver que o companheiro (a), mais próximo e, portanto, imprescindível, levou em consideração suas ponderações e argumentos? O penoso é constatar que as palavras soam como livros mal lidos, nenhuma só vírgula é relevante, nenhuma atitude empreendida e, se a vida é a dois, assim não

Versos e reversos

Confuso silêncio que incomoda. Dúvidas e sentimentos desconexos. Aquela que clamava por liberdade tem por companheira definitiva à solidão. Não é que não a queiram. Acostumada a compreender os revezes da vida, a lidar com a incerteza e a insegurança oferecida, encontra-se como lago límpido e sereno na superfície, ocultando turbulências e dúvidas que turvam as águas profundas. Superficialmente claro e calmo...  Interiormente cansada e, quase descrente dos sentimentos expressos sem nenhuma emoção. Se pudesse, se ainda lhe restasse alguma possibilidade de sentir-se inteiramente amada, acolhida, abrigada, compreendida no que diz respeito às emoções genuinamente femininas que esperam muito do pouco que lhe oferecem... Ah se pudesse! Se de forma inesperada e simples, alguém lhe protegesse os sonhos, restaurando-lhe os essenciais... Pouco resta do sorriso que resplandecia, do encanto das sonoras gargalhadas que se ouvia. Vez ou outra, com os olhos encobertos por lágrimas, espera... Até que s

Pássaro livre

O pardal se banha na areia À sombra da castanheira Fresta de Sol permitida Entre folhas... Não é belo, nem vistoso Não é raro, nem formoso Mas, livre! Voa até a beira do mar Molha-se em água salgada Deixa-se rolar na areia Desmedidamente! Se belo fosse De certo seria engaiolado Se o mais suntuoso canto entoasse Estaria preso Cerceariam seu canto Poucos ouvintes Canto triste! Assim somos quando amamos... Aprisionamos! Rendemos à beleza! Roubamos à liberdade! Wanderlucia Welerson Sott Meyer

Liberdade cerceada

A realidade quando incomoda e não pode ser modificada é tortura velada, prisão sem portas, estrada interrompida. Aceitá-la é imposição que algema, restrição indevida, liberdade cerceada em caminhos impostos pela vida .

Sonhos

Nas noites em que me visitas Em sonhos Desprende-se o espírito Clamando por liberdade Parece que ao amanhecer Partes minhas Dispersam-se no caminho Fluído de vida que se dissipa Permitindo vazios...

Renascendo

Dias a fio procuro caminhos e respostas para questões que demandam paciência e espera. A chuva igualmente aspirada começa a umedecer silenciosamente e gradativamente a terra. A natureza agradece! Contudo, não foi sem que arbustos, árvores e flores padecessem vastos campos fossem tomados pelo fogo e animais desfalecessem pela seca. Há períodos em que a terra árida e o solo seco retiram o viço das plantas, secam fontes, dão vazão à destruição. Resultado da ação impensada do Ser humano em relação ao seu habitat natural ou não, tem épocas onde extremos ocasionam perdas bruscas, danos irreparáveis, morte aparente. Assim como acontece na natureza, atravessamos tempestades ocasionais ou duradouras e, períodos de áridas secas que nos proporcionam violentas dores. “Queimam” ou “inundam” nossas energias, assolam a alma que até sente-se assolada e afligida, mas, que jamais se deixa vencer. Momentos em que o que sobra é o deserto de si e, nos defrontamos com nosso “eu”, aquele que negamos e que,

Para o dia de hoje...

"Devemos fazer tudo pelo amor, mas, enquanto não sabemos fazer somente pelo amor, que façamos por caridade, por dever..."

Quase noite!

Quase noite! Páginas em branco, franco despertar de quem sabe Ser. Gostaria de saber porque insistem em me oferecer tudo, se o que quero é o básico? Quase noite... inquieta está a alma, amordaçada, suspensa e retida por uma história de espera interminável. A luz que hoje resplandecia, o Sol que aquecia... vão para outras paragens, deixando-me a Lua como lembrança iluminada que acalma! Cabeça pesada, olhos turvos, dores que não se explicam, desejos inconclusos e perdas... muitas! Sensação de transbordamento ao escrever... se assim não fosse, explodiria! Quase noite! Quase vida! Nos espaços em que me busco, já não me encontro. Alterações definidas por consequências inevitáveis... é a vida! Mulher de noite... Mulher de dia! Descansa a noite, trabalha ao dia! Quase noite... e tudo como antes... tudo como chance... tudo em um só lance... tudo tão longe de seu alcance!

Amor

Queria dizer-lhe que não sinto tua falta Que encontrei sentido para os pensamentos Que ocupei os espaços que foram deixados por ti Queria dizer-lhe que adormeceram as lembranças Que perdi temporariamente a esperança Que desejo uma só herança Estarei em breve em teus braços Faltam-me os teus abraços Como veneno ingerido lentamente Ando corroendo meus sonhos Legando ao espaço os ideais pretendidos Abrindo vagamente caminhos  Sem nenhum significado ou importância Forçando-me a crer que amar é engano Fugindo de todos os planos Desfazendo-me como um fraco combatido Entregando-me a realidade que me prende Temendo o que a vida surpreende Estacionando os sentimentos que não mentem Esquecendo o que se sente! Wanderlúcia Welerson Sott Meyer

Escrever descrevendo-me

Não sei se triste, não sei se insano, nem mesmo se grito de liberdade opressa. O que escrevo denota o que sinto, seja por dor ou alegria, letras se emaranham em harmonia traduzindo o que dificilmente expressaria verbalmente. Alguns, ao mergulharem nas ondas de uma serenidade submersa, percebem-me tranquila. Outros encontram tristeza e, ainda outros parecem descobrir nas palavras à esperança. Afirmo que o que se instala entre todos esses sentimentos é a busca, a transgressão, a crença de renovação. Não há coerência em renovar-se. Perfeição e coerência são falsos estados ocultos pela estagnação. Para ser coerente, também é preciso ter certezas, pensar-se sensato, ter respostas a todas as perguntas, considera-se pronto. Definitivamente ser coerente não é a minha maior virtude. Hoje sou, amanhã... talvez! Hoje penso, amanhã... questiono! Hoje triste, amanhã... festejo! Sigo! Procuro ser no mínimo e, muito pouco mesmo, sincera comigo, permitindo-me todas as contradições e incongruências de

Desaposentar

Recuso-me a aceitar o rótulo! Não sou alma que se prende a passado e muito menos que se presta à estagnação, nasci para servir o mundo e, sigo cumprindo a missão ínfima de semear. Passados os anos de aflição e, certa de que novas tormentas ainda virão, alimento a serenidade que me conduz a paz, senão a desejada, ao menos almejo incertos caminhos de reconstrução sem nenhum receio. Desaposentar é a meta! Condição adversa imposta pelas circunstâncias, o rótulo de sentir-se aposentada aos quarenta e três anos de existência não me serve. Portas fechadas quando não podem ser abertas, precisam ser deixadas para que a vida volte a acontecer. Se é que em algum momento desse caso, sem nenhum acaso do destino, senti o reverso de todos os anseios que tinha, recrio a trajetória com ares de recomeço acreditando em cada porta entreaberta que se dispõe no caminho. Não pode ser um erro médico e a perda parcial de um sentido a estagnação de todas as possibilidades de evolução de um Ser. Compreendo

Renovação

Refazendo-me das tempestades Recomponho-me para que a vida flua Siga  seu curso... Seja o que for, encontro-me mais forte Não poderia me considerar refeita Por vezes, os revezes ainda incomodam Como pedras justapostas Ainda não solidificadas. Peças impostas pela vida... O fato é que jamais serei a mesma Sem lamentos, Recolho as perdas Algumas impensadas, insensatas Mosaico restituído Formas indefinidas Jamais serei a mesma! Assim demanda a evolução Nas dores que dilaceram Na morosidade do tempo Impondo ao Ser paciência, Espera...        Não percebo ainda aonde florescer                                                          Há o que de incerto prevalece Dúvidas que entorpecem No entanto, não paralisam. Mesmo que no caos   Haja a tormenta   A luz acalma , Serenidade acalenta. Sabe-se da vida... Superficial significado Alados transcendem os sonhos Nada é inerte! Inescritas estão as direções... Wanderlúcia Wele

Ensinâncias da vida

Já trilhei caminhos desconhecidos, outros que me impressionavam pela familiaridade. Busquei definir sentimentos, mensurar sensações e qualificar amores. Vivi momentos de solidão, tive pensamentos inimagináveis e, por muitas vezes me permitir transbordar dores através de lágrimas. Fui esteio, porto-seguro, cais... Em momentos específicos que nem mais me reconhecia. Sustentei histórias, elevei pensamentos, roguei por paz. Fui muitas em uma só pessoa, sem nunca perder os atributos que definiram minha personalidade, que demarcaram minha particularidade, que arquivaram o que me era essencial. Hoje, caminho em busca de serenidade. A saudade já não me machuca, não espero muito de ninguém, nem me comprometo com o que não posso. Sentir passou a bastar e, definições não mais me interessam. Sentidos só mesmo aqueles que são possíveis. Não me basto, mas, aprendi a ficar só. Continuo transbordando dores em lágrimas, no entanto, não me permito chorar mais do que o necessário. Quero pouco do muito