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Mostrando postagens de janeiro, 2012

Alma

Película fina como a que reveste a clara e densa camada translúcida que envolve o que de tão amarelo pode ser comparado ao brilho do Sol. Alma opressa, liberdade cerceada, asas partidas, coração envolto em couraça, tão firme e dura, tão incerta e insegura. Ocultando o brilho que reluziria assim que lhe restituíssem o livre-arbítrio. Há quem diga que se entregara por vontade, há quem saiba que quando a carência é fato, adentra-se em qualquer porta entreaberta. Wanderlúcia Welerson Sott Meyer Publicado no Recanto das Letras em 02/01/2011 Código do texto: T2705679

Amar, sentir e viver!

Não dá para relevar sentimentos Podemos disfarçá-los Canalizá-los para outros objetivos Desenvolver sintomas inexplicáveis Negá-los, omiti-los... Ensaiamos esquecimentos Insustentável conviver entre tantas turbulências Ocasionalmente sofremos Conduzem-nos à morte em vida Infelicidades enraizadas Ausência de coragem Situações e pessoas Que pensamos estar preservando Ninguém pode fazer feliz Se infeliz se encontra! Toneladas de lamentos Do que deveria ser... Do que se quer ser... Do que é preciso ser... Grosseiros ciclos viciosos Onde a vontade é a última Onde a verdade é asilada Veneno ingerido em doses  Imperceptíveis, generalizadas Nega-se à vida! Entregando-se a um lavor interminável Como se sentir errado fosse Como se amar fosse indevido Perda de idos e findos tempos Aonde resta no olhar a tristeza Frieza, descrença. Quem não se permite sentir Vive de “faz de conta” Tonta e remota alegria Perda de

Almas

Sua condição feminina consentia que os sentimentos permanecessem genuínos. No íntimo sabia justamente o que aspirava. Era tão pouco e, ao mesmo tempo, tão raro,  que a contradição entre o suficiente e o inconcebível despertavam-lhe vagas sensações de inapetência, substituídas pela necessidade de existir. Incansável busca de anseios que lhe permitiam revoar por entre paisagens e flores, sentindo-se acompanhada por outra alma que, de tão próxima e semelhante, parecia também ser sua. Ambas seguiam sem se aperceberem, trilhando a intuição imprecisa e segura de que esquadrinhavam a mesma trajetória. Haveriam de descobrir, mais tarde, que anelavam os mesmos desejos e que bastaria a entrega para que a descoberta da essência, do amor intrínseco que permeava a busca, fosse à congruência de sentimentos que sempre existiram. Wanderlúcia Welerson Sott Meyer Enviado por Wanderlúcia Welerson Sott Meyer em 16/01/2012 Código do texto: T3443625

Re-talhos

Cortes, Interrupções de vida Não paralisam Surgem... Em momentos inesperados Desestruturam O que se pensava estável Provocam rupturas Dolorosas e dolentes Impregnando de coragem Ou, estacionando... É opção. Retaliações... Envolvendo lágrimas Desapego Edificação Novos caminhos Tão imprevisível Quanto o término da vida. Tão fundamental Quanto buscar saídas Novos cortes, Recortes e contornos.

Amor nato

Esse amor já existia, estava ali, reservado. Sabia que a alguém pertencia. Ainda sentindo-se esquecido, sorria... Sabia que dia viria e, naturalmente, se ligaria a outros sonhos, sentimentos e flores. Nesse canteiro de amores que mais seria a soma de almas em plena primavera, a energia animaria a paisagem que se transfiguraria em flores, cores e aromas. Esse amor já existia e, seria amor, porque seria eterno. Acrescentando temperos de afeto, que correspondiam a desejos tão sutis, quanto à ação das águas de um riacho que altera seu curso com o passar dos anos. Esse amor que agora flui como filete d’água límpida de nascente, tornar-nos crentes que será um evidente. Esse amor, que apossa... Mesmo que não se tencione, é imperioso sentir Wanderlúcia Welerson Sott Meyer Enviado por Wanderlúcia Welerson Sott Meyer em 08/01/2012 Código do texto: T3429191

Saudades

De tanto sentir saudade, detendo pensamentos no que poderia ter sido, lastima-se as direções opostas do que, inevitavelmente, deveria estar próximo. Existem histórias que, deixam marcas profundas, tornam-se inesquecíveis. Vazios impossíveis que jamais serão preenchidos. Vidas inconclusas, sonhos que naufragam entre ilusões e desejos. Olhar distante, com uma sensação de incompletude que inquieta a alma. Sonhos que envolvem vontades enigmáticas. Movimento ondulatório que mantém a alma opressa e encarcerada ao passado. Wanderlúcia Welerson Sott Meyer Código do texto: T3420665

Poemaramar

Esse jeito de simples de fazer das palavras teias de sentimentos quase esquecidos, de encontrar na imagem irreverência, graça e, traduzi-la sem propósito, alojando verbos, instalando dúvidas, provocando desconfortos, exaltando o belo. Esse jeito de dizer o que sente descrevendo um pouco de tudo no todo que antes de ser revelado nenhum significado apresentava. Jeito de quem se ausenta de si para doar ao outro, palavras. Entusiasmo de quem quer mais do que posses, matérias e domínios. Jeito que se encanta com o que quase ninguém percebe. Que delira quando as saídas são poucas e, mesmo nas mais atrozes adversidades... Idealiza e sonha. Jeito que sustenta, alimenta, construindo escritos que revelam a alma. Silêncio que acalma, permite, libera e remata verdades que nunca são exatas.  Wanderlúcia Welerson Sott Meyer Enviado por Wanderlúcia Welerson Sott Meyer em 02/01/2012 Código do texto: T3418815